quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Tristeza ou Depressão?

Se as pessoas não quisessem ser tão felizes o tempo todo, elas seriam mais felizes.

     Costumo dizer isso, pois a tristeza é uma das coisas mais negadas e não aceitas na sociedade. As pessoas não se permitem ficar tristes e pensar sobre suas questões.
Uma pessoa pode ter qualquer doença, disfunção, anomalia médica, ou até mesmo outra doença psíquica - como ansiedade ou TOC -, mas quando fala que tem depressão, é vista com outros olhos.

     A maioria das pessoas têm grande dificuldade de aceitar a tristeza tanto em si mesmas, quanto nos outros, tendo a ilusão de que essa negação as torna mais fortes. Grande engano.

     Isso acaba sendo um problema para os que sofrem desta doença. Sim, depressão é uma doença, com sintomas, tratamento e cura, como muitas outras. Trata-se de reações químicas no cérebro, que afetam o funcionamento de neurotransmissores, que devem levar as sensações de prazer, ânimo, sono, fome e etc. Quando não funcionam como deveriam, estas funções ficam desorganizadas e desequilibradas no cérebro. 

     Por isso, muito frequentemente, é necessário o uso de algum medicamento para ajudar o paciente a sair desta situação. Ora, se alguém tem dor de cabeça, gastrite ou pressão alta não toma remédio? Pois é, na depressão também. Dor na alma também pode ser tratada.

     Estas são duas perguntas básicas para verificar se uma pessoa pode estar deprimida:
Durante o último mês, você esteve frequentemente chateado por se sentir deprimido e desesperançado?
Durante o último mês você esteve frequentemente chateado por sentir falta de interesse nas atividades?
     Se você respondeu sim a uma das duas, fique atento para os outros sintomas. O diagnóstico de depressão requer a presença de cinco ou mais dos seguintes sintomas que incluam obrigatoriamente espírito deprimido ou anedônia, durante pelo menos duas semanas, provocando distúrbios e prejuízos na área social, familiar, ocupacional e outros campos da atividade diária.
1) Estado deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias;
2) Anedônia: interesse ou prazer diminuído para realizar a maioria das atividades;
3) Alteração de peso: perda ou ganho de peso não intencional;
4) Distúrbio de sono: insônia ou hipersônia praticamente diárias;
5) Problemas psicomotores: agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias;
6) Falta de energia: fadiga ou perda de energia, diariamente;
7) Culpa excessiva: sentimento permanente de culpa e inutilidade;
8) Dificuldade de concentração: habilidade frequentemente diminuída para pensar ou concentrar-se;
9) Idéias suicidas: pensamentos recorrentes de suicídio ou morte.
De acordo com o número de itens respondidos afirmativamente, o estado depressivo pode ser classificado em três grupos:
1) Depressão menor: 2 a 4 sintomas por duas ou mais semanas, incluindo estado deprimido ou anedônia;
2) Distimia: 3 ou 4 sintomas, incluindo estado deprimido, durante dois anos, no mínimo;
3) Depressão maior: 5 ou mais sintomas por duas semanas ou mais, incluindo estado deprimido ou anedônia.
     Se você se encaixa no diagnóstico da depressão, consulte um psicólogo ou psiquiatra para começar o tratamento o quanto antes.
     As sensações descritas acima são extremamente dolorosas e causam sofrimento e angústia no paciente ao se deparar com a dificuldade que está tendo em fazer atividades simples e rotineiras.
     O tratamento ideal é o uso de medicamento - com o acompanhamento essencial de um médico psiquiatra -, terapia ou análise - para entender os motivos e fazer com que o remédio funcione da melhor forma possível -, e a prática de exercícios físicos, que também colaboram para o bem-estar mental.

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