Não basta recordar, tem que elaborar!

                                      

Um dia desses, em casa, procurando algo de bom que parece não existir na programação da tarde na TV, passei pelo filme Homem Aranha 3, e, por falta de opção, deixei ali de fundo. Não sei se o filme é bom, pois estava no final, mas uma coisa me chamou a atenção.

Nas últimas cenas, o protagonista diz algo que, pra mim, faz muito sentido:

"O que quer que aconteça em nosso caminho, seja qual for a batalha que temos dentro de nós, sempre temos uma escolha. Meu amigo Harry me ensinou isso. Ele escolheu ser o melhor de si mesmo. São as escolhas que nos fazem quem somos, e sempre podemos escolher fazer o que é certo."

Nós sempre limitamos nossas atitudes àquilo que estamos acostumados a ver e a viver, enquanto as possibilidades de escolhas são muito maiores do que imaginamos. Escolhemos e fazemos sempre o que nos é mais familiar, seja bom ou ruim.

Quando isso nos desperta uma "nova consciência", percebemos que, na verdade, estamos acomodados a formas pelas quais fomos criados e, "sem querer querendo" acabamos repetindo esses comportamentos. A verdade é que a vida é muito maior que isso!

A repetição é um conceito fundamental da psicanálise. Enquanto não ocorre um processo não só de trabalhar nossas resistências - que todos temos para enxergar coisas de nossa prórpia vida e personalidade - e torná-los conscientes, mas também de elaborá-los, de maneira que passemos a entender e, principalmente, aceitar esses conteúdos, eles continuam se repetindo sem que a gente perceba.
E nada melhor, claro, que uma bela análise para concluir este processo!